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23 de novembro de 2024

Quando a dor da tragédia bate à nossa porta


Por Kathrein Silva Publicado 22/10/2024
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Foto: divulgação

Leia a coluna de Elis Radmann, cientista social e política e diretora do Instituto de Pesquisa e Opinião.

Toda tragédia é um evento que causa muito sofrimento, muita aflição, principalmente os acidentes rodoviários. É algo abrupto, inesperado, que resulta em perdas significativas e impacto emocional profundo. Assistimos diariamente ao noticiário, que sempre relata mortes no trânsito, mas alguns casos são mais simbólicos. Acidentes com muitas vítimas têm um impacto profundo e comovente na sociedade, por várias razões. Primeiro por destacarem a fragilidade da vida, lembrando-nos de como tudo pode mudar em um instante. Segundo, a dor da perda que as famílias e amigos das vítimas sentem, são intensas e se espalham para toda a comunidade, criando uma percepção de luto coletivo.

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O time do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião vive um momento de luto pela tragédia que ocorreu com a van em que viajavam os membros do Projeto Remar para o Futuro, de Pelotas, que há quase uma década vem revelando talentos do remo para todo o Brasil. Jovens integrantes do projeto, com idade entre 15 a 20 anos, haviam participado de competição nacional em São Paulo, onde conquistaram sete medalhas. O projeto, que tanto orgulha os pelotenses, é uma união de esforços entre a Escola Superior de Educação Física (Esef-UFPel), Prefeitura de Pelotas e Centro Português 1° de Dezembro. Além de sete atletas, o acidente também tirou a vida de um dos idealizadores e técnico do Remar para o Futuro, Oguener Tissot. 

Essa tragédia também marca a história do IPO, que perdeu um parceiro de longa jornada, o motorista Ricardo Leal da Cunha da empresa Gaúcho Transporte. 

Quantas e quantas vezes relatei aqui o comportamento, os anseios ou as expectativas da população. Cada resultado de uma pesquisa de opinião tinha uma viagem por trás. Nossos entrevistadores eram conduzidos em segurança pelo Ricardo, que era responsável pela logística de viagens do IPO e, em muitos casos, estava à frente da direção.

Foi extremamente corajoso e dedicado quando cuidou pessoalmente da logística de transporte da pesquisa EPICOVID da UFPel no RS, que o IPO coordenou a execução. A pesquisa era urgente e o Ricardo entendeu a necessidade. Não tinha ruim, seguiu os protocolos e foi um guerreiro.

Ricardo era quase um membro do IPO, um fornecedor que nos guiava nos diversos recantos do Estado. Era excepcional, como pessoa e como profissional. Além de levar os entrevistadores para cá e para lá em segurança, era um amigo, um pai para muitos. Se alguém tinha um mal estar, era ele que levava até um atendimento médico. Se havia um ruído entre a equipe, era um apaziguador. Esse era o Ricardo, que deixa a esposa e dois filhos. 

Nesse momento de dor imensurável, nossas palavras jamais serão suficientes para amenizar a tristeza que as famílias estão enfrentando. Esperamos que possam encontrar consolo na lembrança dos momentos felizes e no impacto positivo que essas vidas preciosas tiveram na nossa comunidade. Nossa solidariedade e sentimento de pesar está com vocês.