Mananciais em Pelotas estão contaminados após enchentes, aponta estudo do IFSUL
O Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental visa avaliar a presença de contaminantes microbiológicos e químicos nas águas das praias Colônia Z3 e Pontal da Barra
Mananciais em Pelotas estão contaminados após enchentes, aponta estudo. Com o objetivo de entender os impactos das enchentes na qualidade da água e saúde pública na região pesqueira de Pelotas, o Instituto Federal Sul-Rio-grandense (IFSul) deu início ao projeto de ensino intitulado “Risco químico e microbiológico em água de enchente na região pesqueira de Pelotas/RS”. Sob a coordenação do Prof. Dr. Leandro da Conceição Oliveira, do campus Pelotas, o projeto trata-se do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Luís Eduardo Tavares Martins, do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, o projeto visa avaliar a presença de contaminantes microbiológicos e químicos nas águas das praias Colônia Z3 e Pontal da Barra.
Durante TCC, Luís Eduardo, realizou a análise dos níveis de Escherichia coli (E. coli), uma bactéria presente em fezes de humanos e animais, que pode causar sérias infecções ao entrar em contato com mucosas ou por meio da ingestão de água contaminada. A pesquisa encontrou valores alarmantes de E. coli nas amostras de água coletadas nas datas de 27 de julho e 17 de agosto de 2024. No dia 27 de julho, os resultados indicaram 9.200 NMP/100 mL na Colônia Z3 e 16.000 NMP/100 mL no Pontal da Barra. Já no dia 17 de agosto, os níveis foram reduzidos, mas ainda acima do limite aceitável, com 5.400 NMP/100 mL na Colônia Z3 e 9.200 NMP/100 mL no Pontal da Barra.
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Segundo a Resolução CONAMA nº 274/2000, o limite estabelecido para águas próprias para banho é de 2.000 NMP/100 mL. Portanto, os valores registrados nas praias indicam grave contaminação microbiológica, representando risco significativo à saúde da população que possa entrar em contato com essas águas.
As enchentes recentes em Pelotas trouxeram desafios não apenas econômicos, afetando a infraestrutura da pesca local, como também preocupações sanitárias. De acordo com publicação do National Geographic Brasil, as águas de enchente podem abrigar inúmeros microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus e parasitas, que causam doenças como leptospirose, hepatite A, febre amarela, entre outras. A situação é ainda mais preocupante com a chegada do verão, quando aumentam as atividades recreativas nas praias.
Outro fator a ser considerado, segundo o estudo, é a ligação do Pontal da Barra com a Lagoa dos Patos e o Canal São Gonçalo, áreas que recebem grandes quantidades de efluentes, o que pode explicar a alta concentração de E. coli nessa região.
O projeto de ensino continuará monitorando os níveis de contaminantes químicos e microbiológicos na água e na areia, com o objetivo de gerar dados de longo prazo e propor medidas preventivas eficazes para a saúde pública.