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20 de novembro de 2024

Mananciais em Pelotas estão contaminados após enchentes, aponta estudo do IFSUL

O Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental visa avaliar a presença de contaminantes microbiológicos e químicos nas águas das praias Colônia Z3 e Pontal da Barra


Por Eduardo Costa Publicado 01/10/2024
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Mananciais em Pelotas estão contaminados após enchentes, aponta estudo do IFSUL
Mananciais em Pelotas estão contaminados após enchentes, aponta estudo do IFSUL

Mananciais em Pelotas estão contaminados após enchentes, aponta estudo. Com o objetivo de entender os impactos das enchentes na qualidade da água e saúde pública na região pesqueira de Pelotas, o Instituto Federal Sul-Rio-grandense (IFSul) deu início ao projeto de ensino intitulado “Risco químico e microbiológico em água de enchente na região pesqueira de Pelotas/RS”. Sob a coordenação do Prof. Dr. Leandro da Conceição Oliveira, do campus Pelotas, o projeto trata-se do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Luís Eduardo Tavares Martins, do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, o projeto visa avaliar a presença de contaminantes microbiológicos e químicos nas águas das praias Colônia Z3 e Pontal da Barra.

Durante TCC, Luís Eduardo, realizou a análise dos níveis de Escherichia coli (E. coli), uma bactéria presente em fezes de humanos e animais, que pode causar sérias infecções ao entrar em contato com mucosas ou por meio da ingestão de água contaminada. A pesquisa encontrou valores alarmantes de E. coli nas amostras de água coletadas nas datas de 27 de julho e 17 de agosto de 2024. No dia 27 de julho, os resultados indicaram 9.200 NMP/100 mL na Colônia Z3 e 16.000 NMP/100 mL no Pontal da Barra. Já no dia 17 de agosto, os níveis foram reduzidos, mas ainda acima do limite aceitável, com 5.400 NMP/100 mL na Colônia Z3 e 9.200 NMP/100 mL no Pontal da Barra.

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Segundo a Resolução CONAMA nº 274/2000, o limite estabelecido para águas próprias para banho é de 2.000 NMP/100 mL. Portanto, os valores registrados nas praias indicam grave contaminação microbiológica, representando risco significativo à saúde da população que possa entrar em contato com essas águas.

As enchentes recentes em Pelotas trouxeram desafios não apenas econômicos, afetando a infraestrutura da pesca local, como também preocupações sanitárias. De acordo com publicação do National Geographic Brasil, as águas de enchente podem abrigar inúmeros microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus e parasitas, que causam doenças como leptospirose, hepatite A, febre amarela, entre outras. A situação é ainda mais preocupante com a chegada do verão, quando aumentam as atividades recreativas nas praias.

Outro fator a ser considerado, segundo o estudo, é a ligação do Pontal da Barra com a Lagoa dos Patos e o Canal São Gonçalo, áreas que recebem grandes quantidades de efluentes, o que pode explicar a alta concentração de E. coli nessa região.

O projeto de ensino continuará monitorando os níveis de contaminantes químicos e microbiológicos na água e na areia, com o objetivo de gerar dados de longo prazo e propor medidas preventivas eficazes para a saúde pública.