Piscicultura produz maior quantidade de proteína por metro quadrado
De acordo com a Emater, em um hectare (ha) de lâmina d'água a quantidade de tilápia que se tira pode chegar a 60 toneladas
A criação de peixes rende a maior quantidade de proteína por m² em relação aos outros tipos de proteína normalmente produzidos. A afirmação é do extensionista rural da Emater-RS/Ascar, Flávio José de Souza Júnior, que está no espaço destinado à piscicultura na 47ª Expointer, que vai até o dia 1º de setembro.
Dois sistemas de criação de peixes: o policultivo de carpas (húngara, prateada, cabeça grande e capim) que é uma alternativa de diversificação das propriedades voltada para a alimentação da família e venda do excedente, especialmente na Semana Santa; e o sistema intensivo de criação de tilápias, que é uma atividade mais profissional. Todos os aspectos que envolvem esses sistemas podem ser conferidos no estante da Emater.
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De acordo com o extensionista, as diferenças entre os sistemas abrangem desde a dedicação necessária até o investimento feito. O policultivo de carpas requer menor investimento, especialmente em função das diferenças na alimentação, e menos dedicação e cuidados por parte dos produtores, mas a tilápia tem maior aceitação no mercado e um ciclo menor, sendo tirada dos viveiros para comercialização em seis meses (rendendo em torno de 300g de filé), enquanto a carpa leva dois anos (rendendo de 2 a 4 kg de peixe).
O extensionista também destaca que o retorno é muito alto com a piscicultura, porque em um hectare (ha) de lâmina d’água a quantidade de tilápia que se tira pode chegar a 60 toneladas. Então, conforme Souza, é um volume alto de produção que se consegue adensar bastante nesses sistemas intensivos e ter um retorno bem alto, mas o investimento também é alto e o risco é maior.
Densidade, qualidade da água e manejo
No policultivo de carpas é utilizado um peixe para quatro metros de lâmina d’água, enquanto que a criação de tilápia chega a trabalhar com dez peixes por m². Assim, as carpas requerem menos cuidados. As carpas precisam de alimentação a capim, pois necessitam de pasto até mesmo dentro da água. Elas comem cerca de 20% do seu peso vivo por dia. Além disso, conforme explica Souza, também é necessário cuidado maior quando ainda são alevinos, em razão dos predadores.
De acordo com o extensionista, as tilápias, por outro lado, precisam ser alimentadas desde o início do ciclo com rações específicas, mais caras, que na fase inicial contêm mais de 50% de proteína, para, até o final do ciclo, atingirem o filé com tamanho de mercado. Outro cuidado é em relação ao clima. A tilápia sente bastante com o frio, podendo morrer com temperatura abaixo de dez graus, se o tanque não possuir boa profundidade.
Neste ano, a qualidade da água no viveiro na Expointer foi afetada pelas enchentes, por isso não há peixes. O fator climático alterou a parte química da água e isso afeta diretamente o peixe, podendo matá-lo, relata o extensionista.
Embora o controle de temperatura de água e turbidez seja importante no policultivo de carpas, os maiores cuidados com a qualidade da água são exigidos na criação de tilápia em sistema intensivo, devido à alta densidade de peixes. Temperatura, turbidez da água, pH, nível de amônia, são alguns parâmetros que precisam ser controlados.