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19 de setembro de 2024

Economia nacional pode ser impactada em quase R$ 100 bilhões em razão das enchentes no RS

O mercado de trabalho também enfrenta desafios severos, com a previsão de perda de 195 mil empregos no RS e 110 mil em outros estados


Por Pablo Bierhals Publicado 26/07/2024
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Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

As recentes inundações no Rio Grande do Sul (RS) podem resultar em perdas econômicas significativas, chegando a R$ 58 bilhões no estado e R$ 38,9 bilhões em outras regiões do país. Com um impacto total de aproximadamente R$ 97 bilhões na economia brasileira em 2023, a tragédia pode comprometer até 9,86% do Produto Interno Bruto (PIB) do RS e causar uma redução de até 1% no PIB nacional.

Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho também enfrenta desafios severos, com a previsão de perda de 195 mil empregos no RS e 110 mil em outros estados. Esses números representam 7,19% dos empregos formais no RS e 0,69% no Brasil, conforme estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Impacto na Economia e Inflação

O estudo da CNC destaca que, além do impacto econômico direto, a tragédia pode influenciar a inflação e a dinâmica fiscal em todo o país. Setores como comércio, serviços e turismo serão duramente atingidos se medidas mitigatórias não forem implementadas de forma eficaz. Estima-se que o comércio tenha uma perda diária de R$ 5 bilhões, equivalente a 31,5% do previsto para maio. Na infraestrutura e abastecimento, a previsão é de uma queda de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas.

Prejuízos no Turismo e Agricultura

O turismo no RS deve enfrentar perdas diárias de mais de R$ 49 milhões, acumulando até R$ 2 bilhões até junho e podendo atingir R$ 6 bilhões ao final do ano. O setor agrícola, responsável por 6% do PIB estadual, também será severamente afetado, especialmente na produção de arroz, que representa 1% do PIB.

Medidas de Reconstrução e Apoio

Para enfrentar os desafios, o estudo propõe medidas adicionais ao pacote de apoio do governo federal, que totaliza R$ 46,1 bilhões. A CNC estima que o estado precisará de R$ 19 bilhões para reconstruir sua infraestrutura. Entre as ações sugeridas estão a redução proporcional da jornada de trabalho e salários, a suspensão temporária de contratos com compensação financeira, a flexibilização do trabalho remoto e a antecipação de férias.

Necessidade de Crédito e Alívio Tributário

A CNC destaca a importância de um programa de crédito para pagamento de folha salarial, renegociação de dívidas tributárias e redução do spread bancário do BNDES. No campo tributário, a entidade sugere o diferimento de 6 meses para pagamento do Simples Nacional e impostos federais, além da criação do Programa Perse-RS para reduzir alíquotas do setor de turismo até 2027.

Ao delinear essas estimativas e propostas, a CNC busca orientar a recuperação econômica do RS e minimizar os impactos da tragédia. José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, enfatiza a importância da rápida implementação das medidas de auxílio para evitar efeitos prolongados na economia. Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-RS, reforça a necessidade de resiliência nas ações para prevenir futuras tragédias de grande escala. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, ressalta que a reconstrução exigirá esforços contínuos e investimentos substanciais.