Inadimplência em Pelotas: redução de dívidas e dicas para administrar suas finanças
Taxa Selic em queda e programa 'Desenrola Brasil' contribuem para a diminuição das dívidas
Atualmente, Pelotas possui cerca de 101,8 mil consumidores negativados, representando aproximadamente 30% da população. Apesar da alta taxa de inadimplência, a cidade registrou uma redução de 5% nas pendências em relação a 2023. No total, são 308 mil débitos em aberto, somando R$ 516 milhões, com uma dívida média de cerca de R$ 5 mil, um leve aumento de R$ 102.
Em agosto de 2024, Pelotas apresentou uma queda significativa no número de inadimplentes, com 3,7 mil pessoas a menos em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Essa diminuição resultou em cerca de 17 mil dívidas a menos, totalizando uma redução de R$ 8 milhões no montante da inadimplência.
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De acordo com a Serasa, a inadimplência ocorre quando uma pessoa ou empresa deixa de cumprir uma obrigação financeira dentro do prazo de vencimento. O professor de Economia da Universidade Federal de Pelotas, Marcelo Passos, ressaltou a importância de administrar o endividamento: “O ideal é manter o endividamento em 15% a 20% da renda mensal, e nunca acima de 30%. Quando passamos desse limite, a situação se complica, especialmente com os juros ainda elevados, o que pode levar à inadimplência.”
Passos destacou que o programa de renegociação de dívidas “Desenrola Brasil” foi fundamental para a redução do número de inadimplentes. Ele mencionou que os devedores da faixa 1 do programa, que podiam parcelar suas dívidas em até 60 vezes, se beneficiaram significativamente. Contudo, esse programa foi encerrado em maio deste ano.
O professor também comentou sobre a queda da taxa Selic, que, de 13,75% em setembro do ano passado, caiu para 10,50% neste ano. No entanto, ele alertou para a defasagem da política monetária: “Há um tempo necessário para que a redução da Selic se reflita na inadimplência e na atividade econômica, podendo levar de oito meses a um ano ou mais.”
Além disso, Passos observou que, mesmo com a queda dos juros, muitos devedores não perceberam uma redução significativa em suas dívidas, já que as taxas cobradas pelos bancos para empréstimos permanecem superiores à Selic. Por outro lado, a melhoria na empregabilidade, com o aumento de empregos formais, também tem contribuído para a redução da inadimplência na cidade.