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19 de setembro de 2024

Taxa de alfabetização de quilombolas gaúchos é uma das maiores do país

O Rio Grande do Sul está entre os oito estados brasileiros com taxa de alfabetização de quilombolas acima de 90%


Por Pablo Bierhals Publicado 19/07/2024
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Foto: Freepik

A taxa de alfabetização das pessoas quilombolas com 15 anos ou mais de idade, vivendo dentro e fora de territórios oficialmente delimitados (1.015.034 pessoas), foi de 81,01% (822.319 pessoas), inferior ao índice nacional (93,0%) para esse grupo de idade. Os novos dados coletados pelo Censo Demográfico 2022 foram divulgados nesta sexta-feira (19), pelo IBGE, na divulgação “Censo Demográfico 2022 Quilombolas: Características dos domicílios e alfabetização, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo”. Também foi divulgada a publicação “Censo Demográfico 2022: Localidades Quilombolas”.

De acordo com estes dados, a taxa de analfabetismo dos quilombolas chegou a 18,99% (192.715 pessoas), 2,7 vezes acima da registrada entre a população geral (7,0%). Foram consideradas alfabetizadas as pessoas que souberam ler e escrever um bilhete simples.

Nos territórios quilombolas oficialmente delimitados, existiam 122.227 pessoas de 15 anos ou mais de idade em 2022. A taxa de alfabetização desse grupo foi de 80,25% (98.091 pessoas), abaixo da taxa nacional para essa parcela da população (93,0%) e inferior também ao patamar de alfabetização do contingente quilombola como um todo (81,01%). Consequentemente, o índice de analfabetismo atingiu 19,75% (24.136 pessoas), nível superior à taxa nacional (7,0%) e ao percentual de analfabetos na população quilombola em geral (18,99%).

Do total de quilombolas com no mínimo 15 anos de idade que viviam fora dos territórios quilombolas em 2022 (892.807 pessoas), 81,12% (724.228 pessoas) eram alfabetizados. Esse número foi menor do que a taxa nacional (93,0%) para a mesma faixa etária, e um pouco acima do índice de alfabetização na totalidade da população quilombola (81,01%). Dessa forma, 18,88% (168.579 pessoas) deste contingente populacional eram analfabetos, acima da taxa nacional (7,0%), mas ligeiramente inferior ao analfabetismo na população quilombola em geral (18,99%).

Apenas oito estados e o Distrito Federal tem uma taxa de alfabetização superior a 90%:

  • Distrito Federal: 98,74%
  • Amapá: 90,64%
  • Amazonas: 92,93%
  • Rondônia: 92,33
  • Mato Grosso do Sul: 91,45%
  • São Paulo: 91,18%
  • Rio de Janeiro: 91,67%
  • Santa Catarina: 92,43%
  • Rio Grande do Sul: 90,26%

Os estados com as menores taxas estão no nordeste, sendo Alagoas, com 70,26% a menor. Além disso, dois estados constam como “taxa de alfabetização sem ocorrência de domicílios”: Acre e Roraima.

Mais sobre a pesquisa

O Censo Demográfico é a mais completa operação estatística realizada no país, indo a todos os domicílios dos 5.570 municípios brasileiros. Os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para quilombolas foram divulgados em julho de 2023 e podem ser consultados na Agência IBGE Notícias. Uma segunda apuração foi divulgada em dezembro do mesmo ano, contabilizando 1.330.186 pessoas quilombolas em 25 Unidades da Federação. Em maio de 2024, foi inaugurada a demografia para a população quilombola no Brasil, com a divulgação dos recortes por sexo e idade.

A divulgação “Censo 2022 Quilombolas: Alfabetização e características dos domicílios, segundo recortes territoriais específicos – Resultados do universo” traz informações como taxa de alfabetização e condições de saneamento dos domicílios com pelo menos um morador quilombola, dentro e fora dos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Municípios, Amazônia Legal, Amazônia Legal por Unidades da Federação, Territórios Quilombolas oficialmente delimitados e Territórios Quilombolas por Unidades da Federação.

Os dados também podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI), no Panorama do Censo 2022 e no Sidra.