Evento de abertura do projeto “Doceira e Emancipação – Empregabilidade Trans”
O projeto tem como objetivo a empregabilidade das pessoas transgêneros, por meio da confeitaria, acolhimento e inovação
A prefeita Paula Mascarenhas participou, na tarde desta segunda-feira (2), da cerimônia de abertura do projeto “Doceria e Emancipação – Empregabilidade Trans”, realizada na sede da Otroporto. Promovido em parceria entre o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar) e a Otroporto, o projeto busca fomentar a empregabilidade de pessoas transgênero por meio de cursos de confeitaria.
Durante seu discurso, Paula elogiou a iniciativa da Otroporto e ressaltou o papel da tradição confeiteira de Pelotas no sucesso do projeto. “A Otroporto é uma bênção para Pelotas, promovendo ações sociais de grande impacto, que não só movimentam nossa cidade, mas inspiram o mundo. Manter-nos unidos, indignados e corajosos frente aos desafios nos faz evoluir como sociedade. É emocionante ver a nossa gastronomia ser utilizada como uma ferramenta de emancipação, proporcionando às pessoas transgênero a oportunidade de melhorar suas vidas. Vivemos em uma sociedade marcada por diversos preconceitos, mas é fundamental que trabalhemos para fortalecer a parte que acredita na união e igualdade, independentemente das diferenças”, destacou a prefeita.
Essa é a segunda edição do projeto, que já foi realizado na cidade de Rio Grande. Carol Freitas, assistente pedagógica do CCMar e mulher trans, compartilhou sua visão sobre a importância da iniciativa: “Sabemos que, ao afirmarmos nossa identidade, seja transfeminina, transmasculina ou transneutra, enfrentamos a negação de muitos direitos básicos, como moradia e aceitação familiar. Fico feliz em ver um projeto como este, pois a realidade é que, quando buscamos emprego, a primeira resposta muitas vezes é negativa. O estigma que enfrentamos dificulta nossa cidadania. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, enquanto é também o que mais consome pornografia transgênero. Portanto, este projeto representa nossa resistência, para que nossas estatísticas se refiram a conquistas acadêmicas e profissionais, e não à violência”, afirmou.
O projeto conta ainda com o apoio do Senac Pelotas, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do grupo Transpoéticas. A cerimônia contou com a presença dos procuradores do MPT, Lucas Fernandes e Cristina Aguiar, do diretor do Senac Pelotas, Tiago Radmann, e do diretor-presidente da Otroporto, Marcos Fonseca, além de representantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Conselho Municipal dos Direitos e da Cidadania LGBT+.