Usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso portal, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com este monitoramento. Leia mais na nossa Política de Privacidade.

04 de dezembro de 2024

Impacto das enchentes no RS pode ultrapassar R$ 88 bilhões

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR) o relatório intitulado "Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul – Novembro de 2024"


Por Pablo Bierhals Publicado 29/11/2024
Ouvir: 00:00
_mg_5331
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil. Impacto das enchentes no RS pode ultrapassar R$ 88 bilhões.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR) o relatório intitulado “Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul – Novembro de 2024”. O estudo, elaborado em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Grupo Banco Mundial, traz recomendações essenciais para a recuperação das áreas atingidas pelas enchentes causadas pelas intensas chuvas de abril e maio deste ano.

Impactos Econômicos e Sociais

O levantamento estima que as inundações de 2024 causaram prejuízos de R$ 88,9 bilhões no Rio Grande do Sul. Desse total, 69% estão relacionados ao setor produtivo (R$ 61 bilhões), enquanto os setores sociais sofreram perdas de 21% (R$ 19 bilhões), a infraestrutura 8% (R$ 7 bilhões), e o meio ambiente 1,8% (R$ 1,6 bilhão).

📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.

Esses dados foram obtidos por meio da metodologia internacional DaLA (Damage and Loss Assessment), desenvolvida pela Cepal. O impacto no Produto Interno Bruto (PIB) do estado foi significativo, com previsão de retração de 1,3%. Contudo, a atuação do governo federal conseguiu reduzir esse impacto em 1,1%, evitando uma queda de 2,4%.

“O esforço das autoridades, com transferências e alocação de recursos, foi crucial para mitigar os danos, estimados em quase R$ 89 bilhões”, destacou Ilan Goldfajn, presidente do BID.

Efeitos no Emprego e Renda

As consequências das cheias também afetaram o mercado de trabalho. O relatório prevê uma redução de 432 mil postos de trabalho em 2024, representando uma queda de 7,3% no total de empregos. Além disso, a remuneração dos trabalhadores deve encolher cerca de R$ 3,22 bilhões, enquanto a arrecadação de impostos sobre a produção pode diminuir em R$ 89,3 milhões.

Recomendações para o Futuro

Para evitar que desastres semelhantes causem prejuízos tão graves, o BID e seus parceiros propuseram uma série de ações:

No curto prazo:

  1. Reconstruir infraestruturas resilientes, como diques e sistemas eficientes de drenagem.
  2. Implementar obras de controle de inundações, incluindo bacias de retenção e muros de contenção.
  3. Fortalecer os sistemas de alerta precoce e gestão de emergências.
  4. Criar empregos durante a reconstrução, priorizando populações vulneráveis.
  5. Atualizar mapas de risco e estabelecer zonas proibidas para novas construções.
  6. Formalizar um órgão técnico-científico estadual para análise de desastres.

No médio prazo:

  1. Tornar a gestão de riscos uma política pública permanente.
  2. Reforçar a coordenação entre diferentes esferas de governo.
  3. Atualizar planos diretores, considerando a capacidade de resposta da infraestrutura local.

Mobilização do Governo Federal

O ministro Waldez Góes reforçou que o governo federal está comprometido com a reconstrução do estado e o fortalecimento da prevenção. “Desde o início, o presidente Lula determinou ações rápidas e eficazes, garantindo ajuda emergencial, reconstrução e investimentos em infraestrutura preventiva. Esses esforços visam proteger o Rio Grande do Sul de eventos climáticos futuros.”

Em meio à crise, o BID também anunciou uma linha de crédito de R$ 5,5 bilhões, destinada à reconstrução do estado, com foco em projetos de longo prazo que combinem desenvolvimento sustentável e resiliência.