Impacto das enchentes no RS pode ultrapassar R$ 88 bilhões
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR) o relatório intitulado "Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul – Novembro de 2024"
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR) o relatório intitulado “Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul – Novembro de 2024”. O estudo, elaborado em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Grupo Banco Mundial, traz recomendações essenciais para a recuperação das áreas atingidas pelas enchentes causadas pelas intensas chuvas de abril e maio deste ano.
Impactos Econômicos e Sociais
O levantamento estima que as inundações de 2024 causaram prejuízos de R$ 88,9 bilhões no Rio Grande do Sul. Desse total, 69% estão relacionados ao setor produtivo (R$ 61 bilhões), enquanto os setores sociais sofreram perdas de 21% (R$ 19 bilhões), a infraestrutura 8% (R$ 7 bilhões), e o meio ambiente 1,8% (R$ 1,6 bilhão).
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Esses dados foram obtidos por meio da metodologia internacional DaLA (Damage and Loss Assessment), desenvolvida pela Cepal. O impacto no Produto Interno Bruto (PIB) do estado foi significativo, com previsão de retração de 1,3%. Contudo, a atuação do governo federal conseguiu reduzir esse impacto em 1,1%, evitando uma queda de 2,4%.
“O esforço das autoridades, com transferências e alocação de recursos, foi crucial para mitigar os danos, estimados em quase R$ 89 bilhões”, destacou Ilan Goldfajn, presidente do BID.
Efeitos no Emprego e Renda
As consequências das cheias também afetaram o mercado de trabalho. O relatório prevê uma redução de 432 mil postos de trabalho em 2024, representando uma queda de 7,3% no total de empregos. Além disso, a remuneração dos trabalhadores deve encolher cerca de R$ 3,22 bilhões, enquanto a arrecadação de impostos sobre a produção pode diminuir em R$ 89,3 milhões.
Recomendações para o Futuro
Para evitar que desastres semelhantes causem prejuízos tão graves, o BID e seus parceiros propuseram uma série de ações:
No curto prazo:
- Reconstruir infraestruturas resilientes, como diques e sistemas eficientes de drenagem.
- Implementar obras de controle de inundações, incluindo bacias de retenção e muros de contenção.
- Fortalecer os sistemas de alerta precoce e gestão de emergências.
- Criar empregos durante a reconstrução, priorizando populações vulneráveis.
- Atualizar mapas de risco e estabelecer zonas proibidas para novas construções.
- Formalizar um órgão técnico-científico estadual para análise de desastres.
No médio prazo:
- Tornar a gestão de riscos uma política pública permanente.
- Reforçar a coordenação entre diferentes esferas de governo.
- Atualizar planos diretores, considerando a capacidade de resposta da infraestrutura local.
Mobilização do Governo Federal
O ministro Waldez Góes reforçou que o governo federal está comprometido com a reconstrução do estado e o fortalecimento da prevenção. “Desde o início, o presidente Lula determinou ações rápidas e eficazes, garantindo ajuda emergencial, reconstrução e investimentos em infraestrutura preventiva. Esses esforços visam proteger o Rio Grande do Sul de eventos climáticos futuros.”
Em meio à crise, o BID também anunciou uma linha de crédito de R$ 5,5 bilhões, destinada à reconstrução do estado, com foco em projetos de longo prazo que combinem desenvolvimento sustentável e resiliência.