Médicos da Santa Casa do Rio Grande anunciam paralisação: entenda os motivos e o impacto nos atendimentos
decisão é uma resposta direta à administração da Santa Casa, que tem enfrentado críticas severas por atrasos nos pagamentos dos honorários médicos e falta de transparência na comunicação
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e o Sindicato dos Médicos do Rio Grande (Simerg) realizaram uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) na última quarta-feira (27), com os médicos prestadores de serviços da Santa Casa do Rio Grande. Durante o encontro, os profissionais decidiram, por unanimidade, suspender os serviços médicos eletivos e os atendimentos que não envolvam risco de morte a partir de 28 de dezembro de 2024.
Motivos da paralisação
A decisão é uma resposta direta à administração da Santa Casa, que tem enfrentado críticas severas por atrasos nos pagamentos dos honorários médicos e falta de transparência na comunicação. Segundo o diretor da Região Sul do Simers, Marcelo Sclowitz, a situação chegou a um ponto crítico, com atrasos que já somam cinco meses.
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“Esse cenário tem levado muitos profissionais a abandonarem as escalas, comprometendo a qualidade do atendimento e a continuidade dos serviços médicos”, afirmou Sclowitz.
O presidente do Simerg, Sandro Gonçalves Oliveira, reforçou que o comportamento da instituição é inaceitável. “Se não houver mudanças, a Santa Casa pode enfrentar um colapso na prestação de serviços devido à falta de médicos. Estamos buscando diálogo para evitar a paralisação”, destacou.
Impacto nos atendimentos
Durante a paralisação, os médicos atenderão apenas casos de risco iminente de vida. Pacientes com necessidades não urgentes deverão buscar outras unidades de saúde.
A categoria já definiu as condições para retomar os serviços:
- Pagamentos atrasados: Quitação de dois meses de honorários até 30 dias após o início da paralisação.
- Nova parcela: Pagamento de mais dois meses atrasados nos 30 dias subsequentes.
- Plano de regularização: Apresentação de um cronograma detalhado para quitar os valores pendentes.
Caso as exigências não sejam cumpridas, os profissionais manterão a paralisação das atividades eletivas, preservando os atendimentos emergenciais conforme os preceitos éticos e legais.
Atenção à comunidade
A paralisação gera preocupações sobre o impacto na saúde pública local, mas os médicos afirmam que a medida é necessária para garantir condições mínimas de trabalho e evitar a precarização dos serviços.