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18 de setembro de 2024

Brasil participa de projeto internacional de US$ 1 Bilhão com supertelescópio para mapear o universo

Acordo firmado até 2038 envolve 170 brasileiros em projeto que escaneará o céu do Hemisfério Sul durante dez anos, produzindo imagens inéditas do Universo


Por Larissa Rodrigues Publicado 18/08/2024
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Imagem Ilustrativa

Um dos maiores projetos da astronomia contemporânea, está prestes a iniciar a sua fase inicial operacional supertelescópio que será utilizado pelo Legacy Survey of Space and Time (LSST). Durante os próximos dez anos, o telescópio mapeará o céu do Hemisfério Sul todas as noites, disponibilizando suas descobertas para a comunidade científica global.

O Brasil se juntará a esta ambiciosa empreitada internacional de US$ 1 bilhão, ao lado dos Estados Unidos, do Chile (onde o observatório está localizado) e de 43 grupos de pesquisa de 28 países. Um recente acordo de cooperação científica, válido até 2038, foi firmado entre o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LineA), do Brasil, e o SLAC National Accelerator Laboratory, afiliado à Universidade Stanford, que representa o Departamento de Energia dos EUA.

Os primeiros testes com a câmera do telescópio começam já na próxima semana, e as primeiras imagens devem ser capturadas em setembro. A parceria garante a participação de 170 brasileiros no projeto, dos quais 80% são jovens pesquisadores, além de estudantes e técnicos de 26 instituições de ensino distribuídas por 12 estados brasileiros, formando o Grupo de Participação Brasileiro (BPG-LSST).

O supertelescópio, localizado em Cerro Pachón, no Chile, possui um espelho de 8,4 metros de diâmetro e está equipado com a maior câmera digital do mundo, que tem 3,2 bilhões de pixels. Esta tecnologia de ponta permitirá um avanço significativo na observação do universo, escaneando o céu para capturar imagens detalhadas de estrelas, galáxias, asteroides e outros corpos celestes.

Sob a liderança do Observatório Vera C. Rubin, dos Estados Unidos, o projeto realizará um levantamento fotométrico do Hemisfério Sul com imagens de altíssima resolução, utilizando seis diferentes filtros de cores. Cada área do céu será observada mil vezes ao longo dos dez anos, gerando uma sequência sem precedentes de imagens que, juntas, formarão um “filme” do universo em evolução.

Como parte de sua contribuição, o Brasil ficará responsável pela gestão de um grande centro de dados, que armazenará e processará parte das informações geradas pelo LSST. Esse centro, denominado Independent Data Access Center (IDAC), foi implantado em 2021 pelo LIneA e faz parte de uma rede global de centros de dados. Estima-se que o projeto produzirá, ao longo dos dez anos, um catálogo com cerca de 37 bilhões de objetos celestes.

Além de ampliar nossa compreensão do universo, o LSST promete redefinir a análise e interpretação de dados astronômicos, proporcionando ao Brasil a oportunidade de desenvolver novas soluções computacionais para o gerenciamento de grandes volumes de dados e avanços no campo da inteligência artificial.

A Associação LIneA, que coordena a participação brasileira no projeto, é um legado do programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), uma parceria entre o CNPq e fundações estaduais de apoio à pesquisa. Desde 2015, o Brasil participa do LSST, e o LIneA, responsável pela contrapartida brasileira, busca atualmente recursos estimados em R$ 6 milhões anuais para viabilizar a iniciativa, principalmente para o custeio da equipe de operação do centro de dados e do desenvolvimento de software necessário para analisar o vasto volume de informações coletadas.

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