Ditador da Síria recebe asilo na Rússia após rebeldes assumirem o controle de Damasco
O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi Jalali, afirmou estar disposto a colaborar com os rebeldes para garantir estabilidade até que um novo governo seja formado
Em uma ofensiva que durou 10 dias, a milícia rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS) tomou o controle de Damasco, marcando o fim do regime de Bashar Assad, que governava a Síria desde 2000. O ditador abandonou o poder no domingo, 8, e fugiu para a Rússia poucas horas antes da chegada das forças rebeldes à capital. O regime Assad teve início em 1971, sob o comando de Hafez Assad, pai de Bashar.
Mudanças na Capital Síria
Após a tomada de Damasco, milhares de prisioneiros políticos foram libertados, e vídeos que circulam nas redes sociais mostram a comemoração dos libertados nas ruas da cidade. Além disso, instalações governamentais e militares foram incendiadas, incluindo a residência oficial do ditador e partes do Palácio Presidencial, que foram saqueadas.
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Celebrações e Incertezas
Moradores de Damasco saíram às ruas para celebrar o fim do regime, enquanto imagens e estátuas de Bashar e Hafez Assad foram destruídas em diversas partes da cidade. No Líbano, onde vive um grande número de refugiados sírios, também ocorreram manifestações de celebração. Apesar disso, há apreensão sobre o futuro da Síria, após 13 anos de guerra civil que resultaram em mais de meio milhão de mortes e milhões de deslocados.
Transição de Poder
Antes de fugir, Bashar Assad ordenou uma transição pacífica de poder. O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi Jalali, afirmou estar disposto a colaborar com os rebeldes para garantir estabilidade até que um novo governo seja formado. O HTS declarou que está aberto a negociações para incluir outros grupos rebeldes, como os curdos, no processo de transição.
Repercussão Internacional
Diversos países árabes e muçulmanos pediram que a transição no país ocorra de forma pacífica. A Rússia, antiga aliada de Assad, solicitou uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU para discutir os impactos da queda do regime. O Irã, que também apoiava Assad, defendeu que o futuro da Síria deve ser decidido exclusivamente por seu povo.
Preocupações Regionais
A queda de Assad despertou temores sobre instabilidade no Oriente Médio, com exemplos anteriores de conflitos prolongados após mudanças de regime em países como Líbia e Iêmen. Em resposta, países vizinhos, como Líbano e Jordânia, reforçaram a segurança nas fronteiras e limitaram a entrada de refugiados. Israel também tomou medidas de proteção, enviando tropas para uma zona de amortecimento nas Colinas de Golã.