Gerente de banco japonês reduz próprio salário após incidente entre ex-funcionário e cliente
A decisão foi tomada após a revelação de um grave incidente envolvendo um ex-funcionário da instituição, acusado de roubo e tentativa de homicídio de um cliente idoso
Kentaro Okuda, CEO do banco japonês Nomura, pediu desculpas publicamente e anunciou uma redução voluntária de 30% em seu salário pelos próximos três meses. A decisão foi tomada após a revelação de um grave incidente envolvendo um ex-funcionário da instituição, acusado de roubo e tentativa de homicídio de um cliente idoso. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Guardian e Estadão.
Outros executivos do alto escalão do Nomura também aceitaram cortes salariais similares, como forma de assumir responsabilidade coletiva pelo ocorrido, segundo comunicado oficial do banco.
📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.
Detalhes do caso
O ex-funcionário, de 29 anos, teria drogado um cliente e seu cônjuge, roubado uma quantia em dinheiro e incendiado a residência do casal. Ele foi desligado da empresa em agosto de 2024, após as investigações iniciais.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na última terça-feira (3), Okuda e outros três executivos do banco fizeram um pedido de desculpas formal, curvando-se como é tradição no Japão em situações de arrependimento público. “Gostaríamos de expressar nossas mais profundas desculpas às vítimas e a todos os envolvidos pelos transtornos e preocupações causados”, declarou Okuda.
Medidas corretivas
O Nomura, que conta com 26 mil funcionários em escritórios em Tóquio, Londres e Nova York, se comprometeu a implementar mudanças rigorosas para prevenir casos semelhantes no futuro. Entre as medidas anunciadas estão:
- Monitoramento mais efetivo das visitas de funcionários às casas dos clientes;
- Reforço nos processos de recrutamento;
- Treinamento ético intensificado para colaboradores.
Além disso, a empresa afirmou que revisará seus sistemas internos para identificar e tratar sinais de má conduta de forma mais ágil.
Segunda redução de salário em poucos meses
Esta é a segunda vez que Okuda reduz voluntariamente seu salário recentemente. Em outubro, ele já havia cortado 20% de sua remuneração por dois meses, após o banco ser multado pelo regulador financeiro japonês devido à manipulação de futuros de títulos públicos.
Com essas iniciativas, o Nomura espera reconquistar a confiança de seus clientes e do mercado, além de reforçar sua posição como líder no setor de investimentos no Japão.