Mesmo com inflação desacelerada, eleitores venezuelanos seguem com dificuldades em pagar contas
Salário não acompanha alta de preços, dizem trabalhadores ouvidos pela REUTERS
Após anos com superinflação, faltando poucos dias para eleição na Venezuela, domingo (28), maioria dos eleitores ainda seguem com dificuldades em pagar contas. As informações são da REUTERS, que ouviu trabalhadores venezuelanos.
De acordo com os relatos, mesmo com algum sucesso de Nicolás Maduro, que busca reeleição, os salários dos trabalhadores não têm acompanhado os altos preços dos alimentos e de outros produtos. Isso, combinado com uma frustração geral após anos de mal-estar econômico, pode esfriar o apoio a Maduro e ajudar a trazer votos para o candidato da coalizão de oposição, Edmundo González, disseram eleitores e analistas.
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Histórico de inflação
A Venezuela sofreu uma hiperinflação de seis dígitos por cerca de quatro anos, com o indicador atingindo o patamar de 130.000%, corroendo a poupança e tornando escassos os suprimentos básicos. Mas a inflação anual caiu para cerca de 50% no último ano, à medida que o governo restringiu o crédito, manteve a taxa de câmbio estável e reduziu os gastos públicos.
A última vez que uma alta da inflação esteve tão baixa foi em julho de 2012.
Ainda assim, muitas pessoas no país ainda estão lutando para sobreviver e algumas lamentaram que não tenha havido o habitual aumento nos salários do setor público visto em anos eleitorais anteriores. Os aumentos em sua renda foram mínimos, disse um aposentado com pensão de cerca de 100 dólares por mês. “Compramos muito pouco, porque também temos que pagar os serviços públicos.”
Devido aos aumentos anteriores, as reduções atuais da inflação às vezes não são visíveis para o consumidor médio, dizem os analistas. O Ministério das Comunicações e o banco central venezuelano não responderam aos pedidos de comentários da agência.