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22 de fevereiro de 2025

Ex-diretor do Pronto Socorro de Pelotas é preso por desvio de recursos públicos

A prisão preventiva foi decretada como desdobramento da Operação Contágio, que investiga o desvio de R$ 258,3 mil dos cofres públicos


Por Felipe Boettge Publicado 21/02/2025
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Misael da Cunha – Foto: Eduardo Torres

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), prendeu na manhã desta sexta-feira (21) o ex-diretor administrativo e financeiro do Pronto Socorro de Pelotas, Misael da Cunha. A prisão preventiva foi decretada como desdobramento da Operação Contágio, que investiga o desvio de R$ 258,3 mil dos cofres públicos.

Inicialmente, o pedido de prisão feito pelo Ministério Público havia sido indeferido pela Justiça, mas a decisão foi revertida nesta quinta-feira (20) por uma turma do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). O principal motivo para a medida é a suspeita de que Misael estaria entrando em contato com testemunhas para tentar influenciar suas declarações e combinar uma versão.

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Misael foi preso em casa e encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). O ex-diretor já havia sido denunciado pelo MP em agosto do ano passado, e na primeira fase da operação, a Justiça determinou o bloqueio de bens e a reparação dos danos causados ao erário público, além de proibir o contato com outras testemunhas do caso.

A Operação Contágio segue em andamento, e novas fases da investigação não estão descartadas.

Investigação começou em CPI na Câmara Municipal

A investigação teve início através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pronto Socorro (PS) presidida pelo vereador Rafael Amaral (PP) e que fechou seu ciclo de investigações com a aprovação unânime de seu relatório em novembro de 2024. O documento, produzido pelo vereador Jurandir Silva (PSOL) foi encaminhado ao Ministério Público (MP), o Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS) e a Polícia Federal, visando dar continuidade às apurações e possíveis punições.

O foco da comissão foi o exame de uma série de irregularidades financeiras na gestão do Pronto Socorro de Pelotas, ocorridas nos últimos anos. A CPI identificou R$ 773,7 mil em pagamentos realizados sem a devida documentação fiscal e R$ 1,5 milhão pagos por meio de notas duplicadas no setor de portaria. Além disso, a comissão apontou falhas estruturais graves na administração, incluindo falta de comprovação em várias despesas.

Após o anúncio da prisão de Misael, o relator da CPI e vereador, Jurandir Silva (PSOL), se manifestou em suas redes sociais sobre o apoio e confiança nos trabalhos da comissão.

Hoje, a justiça deu um passo significativo no combate à corrupção em nossa cidade. Misael da Cunha, ex-diretor administrativo e financeiro do Pronto Socorro de Pelotas, foi preso por desviar mais de R$ 258 mil que deveriam ser destinados ao atendimento de saúde da nossa população.

Como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou minuciosamente este caso, reafirmo nosso compromisso inabalável com a transparência e a ética na gestão pública. Desde o início, trabalhamos arduamente para apurar os fatos e garantir que os responsáveis por atos ilícitos fossem devidamente responsabilizados.

Agradeço a todos os membros da CPI, às autoridades envolvidas e, principalmente, à comunidade pelotense, que sempre nos apoiou e confiou em nosso trabalho. Continuaremos vigilantes, lutando por uma Pelotas mais justa e honesta para todos.” Declarou o vereador em suas redes sociais.

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