Militar suspeito de planejar morte de Lula presta depoimento à PF
Tenente-coronel é um dos cinco presos da Operação Contragolpe
Um dos quatro militares das forças especiais do Exército alvos da Operação Contragolpe, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, realizada no dia 19 de novembro (terça-feira), prestou depoimento na última quinta-feira (28) à Polícia Federal (PF). O militar está preso no Rio de Janeiro, em caráter preventivo, há dez dias.
Conforme o delegado Jeffey Chiquini, o militar procurará “esclarecer todos os questionamentos” que lhe forem feitos. Além disso, a defesa fará uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29), para comentar a suposta participação do tenente-coronel em uma tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
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Segundo a PF, a partir de novembro de 2022, Azevedo; o general da reserva Mário Fernandes; os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Mats Soares participaram de “ações operacionais ilícitas” que, entre outras coisas, previam o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O objetivo, de acordo com a PF, era “impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício da Democracia e do Poder judiciário brasileiro”.
Dos cinco presos na Operação Contragolpe, detidos com a autorização do próprio ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, só Azevedo não figura entre as 37 pessoas que a PF indiciou na última quinta-feira (21), por tentativa de golpe de Estado após as últimas eleições presidenciais.
No relatório já entregue à Procuradoria-Geral da República, a PF afirma ter reunido provas da “participação do militar, um [chamado] Kid Preto [ou seja, membro das Forças Especiais do Exército], Rodrigo Bezerra Azevedo, na ação clandestina do dia 15 de dezembro de 2022, que tinha o objetivo de prender/executar o ministro Alexandre de Moraes”.