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15 de janeiro de 2025

“Nem polícia e nem perícia podem nos ajudar”: confira mensagens enviadas pela suspeita de envenenar familiares no RS

Polícia encontrou nota de substancia utilizada para o envenenamento; suspeita segue presa


Por Pablo Bierhals Publicado 13/01/2025
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Deisi Moura dos Anjos é suspeita de ter adicionado arsênico em ingredientes utilizados para bolo que causou mortes em Torres

Em coletiva de imprensa realizada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) na manhã da última sexta-feira (10), foram reveladas mensagens enviadas por Deise Moura dos Anjos, suspeita de ter envenenado um bolo que matou três pessoas após o consumo em Torres. 

Em uma mensagem enviada a uma pessoa com quem mantinha relacionamento, Deise escreveu: “Se eu morrer, cuide do meu filho e reze bastante por mim, pois é bem provável que eu não vá para o paraíso.”

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Em outra mensagem, enviada a Zeli, referindo-se às investigações sobre a morte de Paulo, Deise afirmou: “Acho que precisamos rezar mais, aceitar mais e não procurar culpados onde não há. Só os momentos que Deus nos reserva, isso sim, não têm volta. Nem polícia, nem perícia podem nos ajudar a desvendar.”

As mensagens são consideradas evidencias das intensões da suspeita.

Relembre o caso

A repercussão iniciou no dia 23 de dezembro de 2024 quando seis pessoas da mesma família foram hospitalizadas após comerem fatias de um bolo preparado por Zeli dos Anjos, que ficou hospitalizada por quase 20 dias e inicialmente foi considerada suspeita.

No entanto, a polícia não encontrou motivação para o crime e seguiu investigando outras possibilidades. A morte do esposo de Zeli, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro por intoxicação alimentar também passou a ser investigada.

Ao longo das apurações, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento onde o bolo foi consumido e também na residência de Dona Zeli, em Arroio do Sal. Na casa dela foi encontrado um pacote de farinha com arsênico, mesma substância encontrada nas vítimas. Uma das vítimas apresentava concentração deste veneno em quantidade 350 vezes maior que o suficiente para matar alguém.

Neste momento a polícia passou a buscar por possíveis desavenças de Zeli, chegando até a nora: Deisi Moura dos Anjos. Ela foi presa por suspeita de ter acrescentado a substância na farinha da sogra.

Novas informações

Nesta sexta-feira (10) também foi confirmada a presença de arsênico no corpo do sogro, que morreu em setembro e teve o corpo exumado para análise. Deisi e o marido visitaram Paulo e Zeli em 31 de agosto. Depois de consumir banana e leite em pó, o casal passou mal e foi hospitalizado. Paulo acabou morrendo, com crises de vômito, diarreia e sangramentos estomacais, interpretados na ocasião como sintomas de intoxicação alimentar.

Em depoimento para polícia, a suspeita admite relacionamento conturbado com a sogra e pesquisas sobre venenos na internet, mas nega ter envenenado os familiares do esposo. Ela ainda acrescentou que “não há bens a serem herdados” e que não teria motivo para envenenar ninguém.

Quatro mortes com arsênico

Até o momento, morreram Maida Berenice Flores da Silva (irmã da sogra), Neuza Denize Silva dos Anjos (irmã da sogra) e Tatiana Denize Silva dos Anjos (sobrinha da sogra), além do sogro, em setembro.

O marido da Maida e o filho de Tatiana também precisaram de atendimento médico, mas já receberam alta. Já Zeli Teresinha Silva dos Anjos (sogra da suspeita), ficou quase 20 dias hospitalizada.

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Foto: Divulgação/PC. Bolo envenenado mata três em Torres.

Outros possíveis envenenamentos

De acordo com a delegada Sabrina Deffente, há fortes indícios de que ela tenha praticado outros envenenamentos em pessoas próximas da família, os quais serão objeto de investigação a partir de agora. Ela pesquisou sobre venenos, incluindo uma receita de veneno sem cheiro e sem gosto. A partir desta combinação de elementos, segundo Deffente, Deisi começou a tentar envenenar familiares.

A defesa

A defesa de Deise afirma que “as declarações divulgadas na coletiva de imprensa ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso”, portanto “aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação”.