O que se sabe sobre caso de mulher trans esquartejada em Bagé

Jullyane Alexsandra Fernandes Macial, uma jovem transgênero de 20 anos, foi morta e esquartejada pelo namorado menor de idade na última sexta-feira (30), em Bagé. O crime chocou a comunidade e resultou na apreensão do adolescente, de 16 anos, que está internado em Pelotas.

De acordo com o Judiciário, o jovem foi internado provisoriamente por ato infracional equivalente ao crime de feminicídio após confessar o assassinato.

Como foi o assassinato

O adolescente teria utilizado o cabo elétrico de uma chapinha de cabelo para sufocar Jullyane e, após constatar sua morte, utilizou faca e machado para o esquartejamento. Na sequência, o jovem limpou a casa utilizando cloro e incendiou o imóvel na tentativa de ocultar qualquer evidência do crime.

De acordo com as informações da juíza Emanuelle Massing Stefani, os braços e pernas foram colocados em uma mala, abandonada nas margens de um córrego. Já o restante do corpo foi enrolado em um cobertor, jogado nos fundos de uma casa vizinha. Após o assassinato, o adolescente enviou um vídeo para os tios confessando o ato, dizendo que “não tinha medo de matar ninguém”.

Motivação

A principal linha de investigação indica que o assassinato ocorreu em meio a uma discussão por ciúmes. De acordo com a Justiça, o menor apreendido relatou às autoridades que a vítima teria lhe desferido um golpe “mata-leão” ao saber que ele iria a uma festa sozinho.

A ação do adolescente, segundo seu relato, foi em reação a esta suposta agressão. Testemunhas corroboram com versão sobre discussão motivada por ciúmes momentos antes do crime, no entanto, a juíza destaca que “a conduta empregada pelo adolescente foi extremamente agressiva, sem falar em seu empenho para tentar esconder quaisquer evidências de seus atos”.

De acordo com uma prima do menor apreendido, o adolescente não sabia que a vítima era transgênero.

A decisão que determinou a internação do adolescente foi proferida no sábado (31), após pedido do Ministério Público.