Usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso portal, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com este monitoramento. Leia mais na nossa Política de Privacidade.

21 de novembro de 2024

Operação contra contrabando de grãos no RS é deflagrada pela Polícia Federal e Receita Estadual

Conforme a Receita Estadual, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Tiradentes do Sul e Crissiumal, no RS


Por Kathrein Silva Publicado 24/09/2024
Ouvir: 00:00
PNG (94)
Foto: Divulgação Sefaz

A Operação Tebas foi deflagrada pela Receita Estadual e a Delegacia da Polícia Federal em Santo Ângelo na manhã desta terça-feira (24). A ação é realizada contra um grupo criminoso suspeito de movimentar R$ 209 milhões com o contrabando de grãos no Rio Grande do Sul.

O objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa responsável por um esquema de contrabando de grãos, especialmente soja, trazidos da Argentina para o Brasil através de portos clandestinos localizados às margens do Rio Uruguai. 

📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.

A Polícia Federal informou que:

Há indícios que este consórcio criminoso foi responsável pela emissão de notas fiscais com valor superior a R$ 209 milhões. A associação criminosa movimentou [o valor] com empresas de fachada para lavagem do capital.

Conforme a Receita Estadual, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Tiradentes do Sul e Crissiumal, no RS, e em Curitiba (PR), além do bloqueio de contas bancárias vinculadas às pessoas físicas e jurídicas que totalizam R$ 80,8 milhões, do sequestro e arresto de dezenas de automóveis e imóveis e da indisponibilidade de criptoativos.

A ação mobiliza 14 auditores-fiscais e três técnicos tributários da Receita Estadual, um policial militar e 54 policiais federais, 14 deles delegados.

Investigação

As investigações iniciaram em 2021, em decorrência de suspeitas de contrabando de grãos Argentina por meio de balsas que atravessaram o Rio Uruguai, na região Noroeste do Estado, especialmente nos municípios de Tiradentes do Sul e Crissiumal.

O procedimento de investigação fiscal apurou a existência de um esquema de fraude fiscal estruturada, praticado por um grupo criminoso com uso de empresas noteiras para acobertar a origem ilícita da mercadoria e introduzir grãos no mercado brasileiro. Também foi identificado o uso de sócios-laranja, que recebem auxílio emergencial do governo federal e que figuram como titulares das noteiras.

As empresas serviriam apenas para a emissão de notas fiscais  para legalizar a mercadoria trazida de forma ilegal ao Brasil.

Inicialmente, ao serem flagrados pelo Fisco, os contrabandistas alegavam que a soja tinha origem lícita apresentando notas fiscais de produtores rurais da região. Porém, numa análise mais aprofundada, ficava evidente que o volume transacionado era muito maior do que a capacidade produtiva da área de cultivo de soja, chegando a ser dez vezes superior à produtividade média estimada.

Para dificultar autuações pelo Fisco, os contrabandistas começaram a utilizar notas fiscais eletrônicas (NF-e) emitidas por empresas noteiras dentro e fora do RS, para dar lastro às entradas de soja contrabandeadas da Argentina. Nos últimos três anos, os criminosos internalizaram aproximadamente 100 mil toneladas de grãos utilizando-se dos portos clandestinos às margens do Rio Uruguai.