Perícia encontra arsênio em bolo que causou três mortes em Torres
As primeiras análises laboratoriais indicaram arsênio no sangue de uma das vítimas e dos dois sobreviventes que comeram o bolo durante um café da tarde, em Torres, no litoral Norte do Rio Grande do Sul
As primeiras análises laboratoriais indicaram arsênio no sangue de uma das vítimas e dos dois sobreviventes que comeram o bolo durante um café da tarde, em Torres, no litoral Norte do Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada à RBS TV pelo delegado Marcos Veloso, que conduz as investigações.
A substância é extremamente tóxica, utilizada em como conservante de couro, madeira e em inseticidas. Conforme os artigos científicos, basta uma dose de 140 miligramas de arsênio inorgânico trivalente para causar a morte de um ser humano adulto por dano à respiração celular, em poucas horas ou dias.
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As três pessoas que morreram após comer o bolo foram as identificadas como as irmãs Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, e Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, além de Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos, filha de Neuza. Além da mulher, um menino de 10 anos segue internado.
As três vítimas morreram com intervalo de algumas horas. As duas primeiras tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes de Torres. A terceira teve como causa da morte divulgada “choque pós intoxicação alimentar”.
Conforme o delegado Veloso, a maior concentração do veneno foi encontrada no sangue da mulher que fez o bolo e a única a comer duas fatias.
Investigação
As sete pessoas de uma mesma famílias começaram a passar mal em uma casa durante um café da tarde. Destas, apenas uma delas não teria comido o bolo. A mulher que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.
A investigação encaminhou os corpos para necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), órgão responsável por atestar a causa da morte. Os alimentos consumidos pela família foram recolhidos e passaram por perícia. Os resultados devem ser divulgados na próxima semana.
O delegado Marcos Vinícius Velho relata que havia produtos vencidos na residência e que dentro de um frasco de remédio havia um líquido branco, que também será periciado.
Conforme o delegado, o ex-marido da mulher que fez o bolo morreu em setembro por intoxicação alimentar. A morte não foi investigada pela polícia, por ter sido considerada natural. A polícia havia instaurado um inquérito sobre o caso e pediu exumação do corpo.