Ex-companheira de homem que detonou explosivo em frente ao STF é investigada após incêndio em residência
Daiane Dias, de 41 anos, está hospitalizada após sofrer queimaduras
A ex-companheira do homem que morreu ao detonar um explosivo em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (13) precisou ser transferida para uma unidade hospitalar especializada. Daiane Dias, de 41 anos, foi levada na noite deste domingo (17) do Hospital Regional Alto Vale, em Rio do Sul (SC), para o Hospital e Maternidade Tereza Ramos, em Lages (SC), a cerca de 130 quilômetros de distância.
Daiane sofreu queimaduras graves em grande parte do corpo devido a um incêndio na casa de seu ex-companheiro, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, na manhã de domingo. Após ser socorrida por vizinhos, ela recebeu os primeiros atendimentos no Hospital Regional Alto Vale, mas a gravidade dos ferimentos exigiu sua transferência para o Tereza Ramos, referência em tratamento de queimaduras. Até o momento, o estado de saúde de Daiane não foi divulgado.
As causas do incêndio estão sob investigação da Polícia Civil e da Polícia Federal (PF). Agentes federais e peritos do Corpo de Bombeiros estiveram no local, coletando materiais e realizando as primeiras análises para determinar como as chamas começaram. Um laudo do Corpo de Bombeiros, que tem até 30 dias para ser finalizado, poderá esclarecer a origem do fogo. Testemunhas afirmaram ter visto Daiane lançando gasolina e ateando fogo na residência.
Explosão em Frente ao STF
Na quarta-feira (13), por volta das 19h30, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, tentou acessar a sede do STF com explosivos. Ao ser abordado por seguranças, ele arremessou os artefatos na direção da escultura “A Justiça”, localizada em frente ao tribunal, e em seguida acionou um explosivo preso ao próprio corpo. Vídeos de segurança registraram o momento.
Autoridades também encontraram mais explosivos na casa onde Francisco estava hospedado em Ceilândia, região administrativa de Brasília, e em seu carro, estacionado perto da Câmara dos Deputados. A Polícia Federal está tratando o caso como um possível ato terrorista e investiga se Francisco agiu por conta própria ou com ajuda.
Francisco era chaveiro e ex-candidato a vereador pelo PL de Rio do Sul, tendo participado das eleições de 2020. Segundo familiares, ele desenvolveu uma obsessão por política, marcada por sua presença em protestos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O irmão de Francisco afirmou à TV Brasil que o comportamento dele se tornou cada vez mais radical.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura o caso, apontou a polarização política e a ação de grupos extremistas como fatores que podem ter motivado o atentado. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, destacou a importância de responsabilizar os responsáveis por atos contra a democracia. Moraes, já à frente das investigações sobre os atos de 8 de janeiro de 2023, foi designado relator do novo inquérito.