Mais de 20 pessoas são denunciadas por esquema de tráfico de drogas e agiotagem no Presídio Regional de Pelotas
As investigações, relacionadas às operações "Caixa-Forte II" e "El Patron", seguem em andamento e apuram outros crimes detectados
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) apresentou denúncia contra 24 pessoas envolvidas em um esquema criminoso liderado de dentro do Presídio Regional de Pelotas (PRP). A organização é acusada de tráfico de drogas e prática de agiotagem com juros abusivos. Entre os denunciados está um policial penal. Os acusados responderão por organização criminosa, cuja pena varia de três a oito anos de prisão, além de multa. A denúncia foi protocolada no dia 5 de dezembro, marcando a primeira fase do processo judicial.
As investigações, relacionadas às operações “Caixa-Forte II” e “El Patron”, seguem em andamento e apuram outros crimes detectados. As ações foram deflagradas em 22 de novembro.
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Resultados das investigações e denúncias
Segundo o promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, do 10° Núcleo do GAECO/Sul, responsável pelas apurações, foram realizadas 28 prisões e apreendidos 53 celulares, drogas, quase R$ 70 mil em dinheiro e documentos ligados ao controle financeiro do tráfico. Além disso, mais de 10 dos 28 veículos alvos de busca foram localizados, juntamente com 12 armas. Também foram bloqueados R$ 700 mil em bens e confiscadas sete toneladas de carne.
O promotor solicitou a prisão preventiva de quatro dos denunciados e a perda do cargo do policial penal envolvido.
Operações “Caixa-Forte II” e “El Patron”
A operação “Caixa-Forte II” teve como objetivo combater o tráfico de drogas e a entrada de celulares no PRP, bem como em unidades prisionais de Charqueadas e Bagé, além de reprimir a distribuição de entorpecentes na Região Sul do estado. Já a operação “El Patron” focou no braço financeiro da facção, desarticulando um esquema de agiotagem com juros que chegavam a 280%, além de atividades como jogos de azar, rifas e lavagem de dinheiro. Desde 2023, a facção movimentou mais de R$ 32 milhões.
As ações resultaram no bloqueio de 1.300 contas bancárias, no sequestro judicial de quatro imóveis e 10 empresas, incluindo açougues, frigoríficos e imobiliárias no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Próximos passos da investigação
O GAECO segue analisando documentos, localizando veículos e interrogando suspeitos. Até o momento, 118 pessoas são investigadas, sendo 27 delas presidiárias. Oito detentos foram transferidos do PRP para outras unidades. As investigações começaram em dezembro de 2023.