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21 de novembro de 2024

O que se sabe sobre o autor de atentado na praça dos Três Poderes em Brasília

Ex-candidato a vereador morreu em uma das explosões


Por Pablo Bierhals Publicado 14/11/2024
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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por volta das 19h30 da última quarta-feira (13) um homem acionou bombas e morreu com uma das explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Antes, ele teria tentado entrar no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), mas atirou os explosivos contra a estátua A Justiça após ser barrado por seguranças.

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Foto: Divulgação/Redes Sociais. O autor do atentado em Brasília.

Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, era natural de Rio do Sul, em Santa Catarina, e filiado ao Partido Liberal (PL). Tiu França, como era conhecido, já havia se candidatado a vereador em 2020, mas acabou não se elegendo após conseguir apenas 98 votos. Ele não possuía antecedentes criminais e, em seu perfil no Facebook se declarava como empreendedor, investidor e desenvolvedor. De acordo com a Agência Brasil, ele atuava como chaveiro.

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Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram Francisco atirando artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo outro no próprio corpo. Momentos antes, o carro do homem também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.

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Foto: PM-DF/Divulgação

Em entrevista ao portal Metrópoles, o filho de Wanderley disse que há meses não recebia notícias do pai. Além disso, afirmou que seu pai ‘tinha uns problemas pessoais com a minha mãe e estava muito abalado com a situação”. A última notícia que teve era de que Wanderley iria viajar para o Chile e não Brasília.

Postagens nas redes sociais antes do atentado

No início da noite Francisco Wanderley fez postagens nas redes sociais com referências a bombas e explosões e disse que a Polícia Federal iria ter que “desarmar o equipamento”. Em uma delas, falava que a Polícia Federal teria 72 horas para desarmar uma bomba na “casa dos comunistas de merda”.

Ele também postou uma foto sua em frente ao que seria o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vazio, dizendo que “deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro)”.

Em outro texto, falou em “revolução” e mencionou o dia 15 de novembro, da Proclamação da República. Falava que o Brasil ainda não era um país socialista ou comunista, e que os planos para a transformação do regime social do país estariam em uma reta final.

Autor do atentado já esteve em Brasília

No dia 24 de agosto, Francisco Wanderley Luiz visitou o STF, ocasião que publicou a foto em frente ao plenário. Ele também esteve na Câmara dos Deputados, visitando o gabinete do deputado federal Jorge Goetten (Republicanos), conforme informações do jornal Folha de S. Paulo.

Ao jornal, disse que Wanderley esteve em seu gabinete algumas vezes no ano passado e, por último, em agosto de 2024. Apesar desta última visita, os dois não se encontraram na data. Além disso, mencionou que havia estranhado o seu comportamento: “Ele falava muito da separação dele”.

Esquadrão antibombas e perícia

Nas horas seguintes ao atentado, o esquadrão antibombas realizou varredura nas proximidades para garantir a segurança. Foram encontrados mais três dispositivos, que foram desativados para garantir a segurança dos agentes que trabalham na investigação do corrido, a cargo da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do DF. O local foi liberado às 7h da manhã para perícia.

O corpo do autor do atentado foi retirado do local no fim da manhã.

Alvo era Alexandre Moraes

A ex-mulher de Wanderley garante que o alvo seria o ministro do STF, Alexandre Moraes. De acordo com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, investigação ainda irá confirmar se alvo era de fato este. Conforme a Polícia Federal, primeiras informações da investigação indicam que houve um “planejamento de longo prazo” por parte do autor do ataque, no entanto, teria agido sozinho.

PL divulga nota

Tendo em vista a repercussão e gravidade do caso, o partido emitiu nota de repúdio: “Reiteramos que o PL repudia veementemente qualquer tipo de violência e reafirma seu compromisso com os valores democráticos. Reforçamos ainda que ataques a instituições públicas vão contra os princípios defendidos pelo partido”, disse o PL nacional ao reafirmar confiança nas investigações judiciais.

Em outra nota, o diretório regional do partido em Santa Catarina reafirmou sua posição contrária a “qualquer ato de violência que fira pessoas ou ameace as instituições democráticas. Defendemos firmemente o equilíbrio entre os poderes da República. Nossas bandeiras sempre serão pautadas na defesa da democracia”.