Usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso portal, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com este monitoramento. Leia mais na nossa Política de Privacidade.

19 de setembro de 2024

Investigação da PF enfraquece confiança do Governo Federal na Abin


Por Pablo Bierhals Publicado 16/07/2024
Ouvir: 00:00
FOTO 180×720 – 2024-07-16T163640.914
Foto: Divulgação/Poder 360

A recente operação ‘Última Milha’ da Polícia Federal (PF), que investiga uma suposta “estrutura paralela” de inteligência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), abalou a confiança do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As informações são do site Poder 360.

De acordo com avaliações internas, a Abin está atualmente isolada do governo Lula devido às investigações da PF. Os investigadores agora focam em uma possível tentativa de obstrução das investigações pela atual direção da agência, aumentando ainda mais as tensões.

Diretor-Geral da Abin Sem Apoio Político

O delegado da PF Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin, está sem apoio significativo dentro do governo. Seu único suporte político vem diretamente do presidente Lula, que o nomeou em maio de 2023. A relação com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, é quase inexistente.

Luiz Fernando tem participação mínima na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) e é raramente convidado para eventos importantes do governo. Desde 8 de janeiro, a Abin não utiliza mais sua sala no Palácio do Planalto, destacando o afastamento da agência dos corredores do poder.

As relações com os ministros do governo também são limitadas. O diretor da Abin mantém maior contato com o general Amaro, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

A cúpula da Polícia Federal, em meio às investigações sobre a “Abin paralela”, defende o esvaziamento da agência, propondo a retirada de programas de geolocalização e monitoramento de investigados utilizados pela Abin.

Decisões Judiciais e Queda do Sigilo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou a última operação da PF, negou o pedido para compartilhar os dados da investigação com a corregedoria da Abin, afirmando que tal ação não é apropriada no atual estágio das investigações. Moraes também retirou o sigilo de documentos referentes à quarta fase da operação ‘Última Milha’ em 11 de julho.

Monitorados pela ‘Abin Paralela’

Segundo a PF, o sistema de inteligência First Mile da Abin foi usado para monitoramento ilegal de diversas figuras do Judiciário, Legislativo e imprensa. O site Poder 360 divulgou os seguintes nomes:

Judiciário

  • Alexandre de Moraes, ministro do STF
  • Dias Toffoli, ministro do STF
  • Luiz Fux, ministro do STF
  • Luis Roberto Barroso, ministro do STF

Legislativo

  • Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados
  • Rodrigo Maia (PSDB-RJ), deputado federal
  • Kim Kataguiri (União Brasil-SP), deputado federal
  • Joice Hasselmann (Podemos-SP), ex-deputada federal
  • Alessandro Vieira (MDB-SE), senador
  • Omar Aziz (PSD-AM), senador
  • Renan Calheiros (MDB-AL), senador
  • Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), senador

Jornalistas e Outros

  • João Doria, ex-governador de São Paulo
  • Funcionários do Ibama: Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges
  • Auditores da Receita Federal: Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto
  • Jornalistas: Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista