Ministério omite custo de nova cascata de Lula e Janja
O Ministério da Casa Civil tentou justificar a obra na Granja do Torto, mas não revelou o quanto ela custou aos cofres públicos
O Ministério da Casa Civil se pronunciou sobre a instalação de uma nova cascata artificial na Granja do Torto, revelada pela primeira-dama Janja no último domingo (24). No entanto, a pasta não informou o valor investido na obra realizada na residência de campo da Presidência da República.
Em nota enviada ao Estadão, o ministério, liderado por Rui Costa, destacou que as intervenções fazem parte de um programa contínuo de manutenção predial. “As atividades incluem reparos, adequações e revitalizações nas áreas internas e externas da Granja do Torto, abrangendo jardins, espelhos d’água e fontes, por meio de contratos de manutenção predial e serviços comuns de engenharia já firmados pela Presidência da República”, explicou.
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A justificativa oficial ressaltou ainda a importância da área para a preservação de animais silvestres, como jabutis, já que a Granja é classificada como um criadouro conservacionista. “O espelho d’água desativado integra o recinto dos jabutis, que necessita de tanque ou lago. Por isso, a reativação do espelho foi realizada junto à revitalização do recinto dos animais”, detalhou o comunicado.
Sustentabilidade e função ecológica
Segundo a Casa Civil, a revitalização do espelho d’água também buscou restaurar seu uso original, com a presença de peixes e uma queda d’água que auxilia na oxigenação da água. “A movimentação gerada pela cascata melhora a qualidade da água, fundamental para a sobrevivência dos peixes e o equilíbrio do microssistema integrado ao recinto dos jabutis”, acrescentou a nota.
Apesar das explicações técnicas e ambientais, o governo não divulgou o custo total da intervenção, o que gerou questionamentos sobre a transparência nos gastos públicos.
Histórico da Granja do Torto
Com uma área de 37 hectares, a Granja do Torto já abrigou diversas autoridades, incluindo o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, que utilizou o local como residência oficial entre 2019 e 2022, durante o governo Bolsonaro. Desde 2023, o espaço tem passado por reformas, incluindo melhorias estruturais e paisagísticas, como a polêmica cascata.
A falta de clareza sobre os valores da obra continua a repercutir, alimentando o debate sobre a gestão dos recursos públicos no governo federal.