Usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso portal, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com este monitoramento. Leia mais na nossa Política de Privacidade.

23 de novembro de 2024

Urgência de texto sobre impostos da reforma tributária é aprovado pela Câmara dos Deputados


Por Pablo Bierhals Publicado 10/07/2024
Ouvir: 00:00
img20240709182722184
Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Em uma decisão significativa, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (9), o requerimento de urgência para a votação do Projeto de Lei Complementar de Regulamentação da Reforma Tributária (PLP 68/24). A proposta, que obteve 322 votos a favor e 137 contra, visa a modernização do sistema tributário nacional.

Com a aprovação do regime de urgência, o projeto segue diretamente para votação no plenário, já agendada para esta quarta-feira (10). O relatório final foi apresentado na semana passada pelo grupo de trabalho composto por deputados federais, que analisaram o texto proposto pelo governo federal em abril.

📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.

Mudanças no Sistema Tributário

O projeto prevê uma alíquota média de referência de 26,5% para a nova tributação, que inclui a soma do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) de estados e municípios e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) federal. Setores específicos, como a cesta básica, terão descontos ou isenção total.

Os novos tributos substituirão o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS). A implementação ocorrerá em fases: 2025, 2027, 2029 e 2033, quando o novo sistema estará totalmente em vigor.

Debate Intenso na Câmara

“Esta Câmara vai viver amanhã [10] um momento alto de um intenso debate e vamos oferecer ao país uma proposta centrada na transparência, no fim da guerra fiscal e na unificação dos tributos”, declarou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ele destacou a decisão unânime dos líderes partidários em votar a urgência hoje e o mérito do texto amanhã.

Oposição Crítica ao Regime de Urgência

Parlamentares da oposição, como a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), criticaram a rapidez do processo, alegando falta de discussão sobre projetos anteriores e preocupações com a complexidade e possíveis aumentos na carga tributária. “Estamos falando de uma reforma com 511 artigos e 356 páginas, apresentada na sexta-feira [5], e só de um lado”, argumentou Ventura.

Amplo Debate e Participação

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o processo, enfatizando as mais de 220 horas de audiências e a participação de 300 entidades e mais de mil pessoas. “Acusar esta Casa de falta de debate não é correto”, afirmou Lira.

Regras e Benefícios para Baixa Renda

O texto de 335 páginas e 511 artigos inclui a devolução de impostos para famílias de baixa renda, inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). O cashback será de 100% para a CBS e 20% para o IBS na compra de gás de cozinha (GLP); 50% para a CBS e 20% para o IBS em energia elétrica, água e esgoto; e 20% para a CBS e IBS nos demais casos.

Medidas para Reduzir a Sonegação Fiscal

A reforma introduz o split payment, onde o valor do IBC e CBS é dividido automaticamente entre vendedor e autoridades fiscais no momento da transação, visando reduzir a sonegação fiscal e melhorar a eficiência da arrecadação tributária.

A proposta também cria a categoria do nano empreendedor, isenta de impostos, para pessoas com 50% do limite de faturamento anual do microempreendedor individual (MEI), atualmente R$ 81 mil.