Racismo na UFPEL: Print de WhatsApp revela comentário racista contra professor

Na tarde do dia 31, uma captura de tela de WhatsApp gerou indignação na comunidade acadêmica da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). A imagem, compartilhada pela chapa Frente Ampla (10), mostra a candidata a reitora Ceres Jeanine Fripp e sua irmã utilizando o termo racista “capitão do mato” para se referir ao professor Eraldo Pinheiro, durante a contagem de votos. A irmã da candidata ainda debochou, comentando que o professor estaria irritado.

O episódio veio novamente à tona após a publicação do print em um grupo no Facebook da UFPEL, tornando o caso público. Embora a postagem tenha sido apagada posteriormente, a ação deixou provas que serão utilizadas para fundamentar uma denúncia de racismo. Inicialmente, apoiadores da chapa 10 negaram o teor racista do comentário, sugerindo que a vítima poderia ser responsável pelo ocorrido. Horas depois, surgiram novas evidências que reforçam os atos racistas, com a autora do comentário tentando justificar a ofensa ao comportamento do professor, alegando que a expressão foi usada em reação a atitudes que, segundo a chapa Multi da universidade, refletem uma prática comum de opressão contra mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e negros.

A Chapa Multi relatou: “O nosso grupo vem administrando a UFPEL há oito anos. O resultado do primeiro turno da consulta informal de 2024 mostrou que, apesar de vitórias em duas categorias que compõem a comunidade acadêmica, há também descontentamentos em relação à gestão. O que é perfeitamente esperado em processos democráticos. O que não é normal é submeter o Prof. Eraldo ao crime de racismo cotidiano, sempre partindo do mesmo grupo político. Um debate que se sobrepõe ao processo eleitoral. Uma universidade não pode cegar ao racismo, nem em período de campanha. Basta!”.

O caso está sendo amplamente discutido, e ações legais estão sendo preparadas para responsabilizar os envolvidos.