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04 de dezembro de 2024

Sul do Brasil tem menor porcentagem de lixões ainda utilizados

A pesquisa também revela que 60,5% dos municípios do Brasil adotaram a coleta seletiva, com destaque para o Sul, que lidera essa prática com 81,9% das cidades implementando o serviço


Por Pablo Bierhals Publicado 03/12/2024
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Foto: Marcello Casal Jr/Arquivo/Agência Brasil

De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) 2023 – Suplemento de Saneamento, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira (28), aproximadamente 31,9% dos municípios brasileiros continuam utilizando lixões para o descarte de resíduos sólidos. Esse método de destinação final é considerado o mais prejudicial ao meio ambiente. As informações são de Brasil 61.

Lixões no Brasil: uma realidade alarmante

Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece o fim dos lixões até agosto de 2023 para cidades com mais de 50 mil habitantes, 21,5% dessas localidades ainda recorrem a esse tipo de despejo. A pesquisa revela que, além dos lixões, outros 28,6% dos municípios utilizam aterros sanitários e 18,7% recorrem a aterros controlados, práticas mais adequadas, mas que ainda apresentam desafios para a gestão eficiente dos resíduos.

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Nos lixões, o descarte de resíduos ocorre diretamente no solo, sem tratamento adequado ou controle ambiental, o que representa sérios riscos para a saúde pública e para o meio ambiente. Os dados mostram uma disparidade regional significativa, com o Norte do Brasil liderando o uso de lixões, presente em 73,8% dos municípios da região.

Confira os números de uso de lixões por região:

  • Norte: 73,8% dos municípios
  • Centro-Oeste: 52,9%
  • Nordeste: 51,6%
  • Sudeste: 12,6%
  • Sul: 5,7%

Planos Municipais de Saneamento: avanço e desafios

A pesquisa também aponta a evolução dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB), exigidos pelo Marco Legal do Saneamento Básico. No Brasil, 71,4% dos municípios (aproximadamente 3.975 cidades) já possuem um plano, com destaque para o Paraná, que lidera com 76,3% dos municípios adotando este instrumento.

Entre as regiões, o Sul do Brasil se destaca com 90,3% das cidades possuindo algum plano de saneamento, sendo a região com o maior percentual de planos específicos (68,6%). Em contrapartida, a região Norte apresenta os maiores desafios, com a menor porcentagem de planos em execução.

Em termos gerais, a proporção de municípios com políticas municipais de saneamento básico cresceu de 38,2% em 2017 para 55,9% em 2023, um aumento de 15% no período. Isso reflete um esforço crescente para melhorar a infraestrutura de saneamento nas cidades brasileiras.

Desafios adicionais para a coleta seletiva e drenagem

A pesquisa também revela que 60,5% dos municípios do Brasil adotaram a coleta seletiva, com destaque para o Sul, que lidera essa prática com 81,9% das cidades implementando o serviço. Contudo, a região Norte ainda enfrenta grandes desafios, com apenas 33,5% dos municípios realizando a coleta seletiva.

Em relação à drenagem, 96% das cidades possuem algum tipo de sistema de drenagem, mas muitas ainda enfrentam dificuldades significativas na implementação de soluções sustentáveis, principalmente devido à falta de incentivos fiscais, financeiros e orçamento adequado.

O futuro do saneamento no Brasil

A pesquisa do IBGE destaca a importância da continuidade das políticas públicas e investimentos no setor de saneamento para garantir um futuro mais sustentável e saudável para a população brasileira. Além disso, a implementação de infraestruturas adequadas, como drenagem e coleta seletiva, é essencial para promover um meio ambiente mais limpo e seguro.